Vale Sagrado dos Incas: O Mercado de Pisac!!

No dia seguinte bem cedinho o ônibus de turismo passou lá no nosso hotel para nos buscar. Só o caminho para o vale sagrado dos Incas já é uma grande aventura!! Apesar de a estrada ser asfaltada, você está transitando pelos Andes. Isso significa que pra você chegar do outro lado você tem que percorrer uma serra cheia de vales profundos... O emocinante dessa história toda é que às vezes a estrada é bem estreita e você tem a impressão de que o pneu do ônibus passa a centímetro do precipício. Mas, além dessa... emoção (vamos chamar assim) você fica simplesmente embasbacado com a paisagem que vai se desenrolando bem diante dos seus olhos. Só isso já vale o passeio. Tudo parece um sonho lindo e você não quer acordar! É surreal, não sei outra palavra...
Antes de seguirmos para as ruínas de Pisac, há de se fazer uma parada obrigatória no Mercado de Pisac. É o mercado mais famoso das redondesas com muita variedade de artesanato e peças locais. É bem legal e eles também aceitam dólar. Mas não gastem o dinheiro todo aí. Quem for pra Machu Picchu, tem um mercado na cidade que é mais barato e também é bem legal!
Pisac Pueblo era uma cidade Inca voltada predminantemente para a agricultura. Ainda hoje pode se ver as casas e distinguir os cômodos e a configuração do vilarejo. Os tetos foram recolocados pelos moradores locais. Lógico que feno não ia resistir por tantos anos. Mas é um lugar mágico, rodeado de mistérios e esoterismo. Sem contar a paisagem que se vê de lá que é de tirar o fôlego. Um dos pensamentos que me veio a mente quando estava admirando o local foi: minha vida valeu a pena! Então, eu simplesmente me calei, sem palavras.
Apesar de estar com neblina e com clima de chuva, em nada isto nos atrapalhou. Muito pelo contrário! Muita gente falou que fomos na época errada que é a época de chuvas. Mas eu estava vendo um documentário esses dias na TV e quase não reconheci Pisac. Eles estavam gravando na época de seca e estava tudoi diferente, muito árido, tudo amarelo e com a impressão de natureza morta. NÃO! O que vimos lá, exatamente por causa das chuvas, vale a pena qualquer risco! A paisagem e a beleza natural nem se compara!! Deus nos colocou no lugar certo, na hora cera!


Esta foto tirei para mostrar a nossa altitude:
Ao lado do vilarejo, nas encostas das montanhas, eles construíam platôs onde faziam experiências agrícolas. Eles plantavam aí e descobriram que eu cada semi-círculo se desenvolve plantas diferentes, porque cada um deles produz seu próprio micro-clima!! Isso significa que uma batata que dá no terceiro platô não dá no quinto porque as condições climáticas são diferentes!! Isso é muito louco!! Por isso, no Peru, eles tem mais de 1.000 tipos de batata e mais um monte de tipos de milho!! Que comunidade avançada, Meu Deus!!
Agora, sempre fica a pergunta quando você anda pelo Peru: COMO?? Sem máquina e tecnologia eles faziam essas experiências tão avançadas nas encostas dos Andes?????????




Depois de uma experiência sublime, que te faz calar por uma hora e refletir por dias, tínhamos que recarregar as energias. Paramos na cidade de Urubamba para almoçar. Comi carne de alpaca pela primeira vez (parece carne de vaca mas é mais macia e adocicada) e um milho gigantesco!!! E tudo isso, ao som de música típica... Uma delícia!!!



A capital Inca: Cusco!!

Bom, a verdade, é que depois que saímos de Sacsayhuaman começou a chover. Em Pukapukara nós ainda descemos com a máquina do João que é a prova d'água. Mas, depois preferimos ficar no ônibus porque a chuva apertou perigosamente. Em Qenqo, o único corajoso que desceu foi o Virgílio.
Pukapukara significa forte vermelho porque suas pedras ficam de cor avermelhada dependendo da incidência dos raios solares. Ela é um forte de observação, por isso fica localizada em uma parte bem alta da montanha. Os Tawantinsuiu (Incas) ficavam observando a movimentação de possíveis invasores de lá.

Em seguida de nossa breve visita à Pukapukara, fomos até Qenqo. Essas fotos abixo são de outras fontes só pra vocês verem como é; mas, infelizmente, não conseguimos apreciá-lo assim devido ao mal tempo. Q’enqo é um dos centros cerimoniais de caráter iniciático e astronomico de alto nível. Encontra-se num promontório rochoso de pedra caliza e os sábios andinos talharam uma grande quantidade de escalões, assentos, tronos, covas, nichos cerimoniais, mesas de oferendas, canais e outros trabalhos de simbologia esotérica.

Esse templo é diferente porque a sua maior parte está no subterrâneo. Aqui eles realizavam cirurgias de alta complexidade, inclusive cirurgias no crânio. Intrigante como essa cultura era avançada, com conhecimentos tão específicos, mesmo sem conhecer a escrita. Detalhe que você encontra algumas alusões à serpente, outro animal que era adorado. A serpente era a representante do mundo inferior, que pra eles nada tinha a ver com o nosso inferno, além de representar o conhecimento intelectual. Detalhe que não se pode deixar de notar é que, hoje, as principais ciências da saúde como a medicina, a odontologia, a fisioterapia e a enfermagem possuem em seu símbolo a... SERPENTE!! Coincidência?? Acho que não...


Essa foto foi tirada pelo Virgílio com a máquino do João. Só para vocês terem noção de tanto que a chuva estava forte e porque que só o Vi se aventurou em descer até lá. É muita água!!
Outro lugar que vale a pensa conhecer mas infelizmente não tivemos esse prazer é Tambomachay. A chuva tinha apertado ainda mais e dessa vez nem o Vi se aventurou a sair do ônibus. Mas Tambomachay é o templo de culto à água. Lá você pode encontrar algumas fontes onde a água é cercada de crenças místicas e energia. Alguns dizem que ela tem poderes curativos.  O incrível é que o sistema que eles utilizaram para fazer essas fontes é muito parecido com o que a gente usa para termos água encanada. Uma civilização adiantada para o seu tempo!


 À noite estava muito frio, chovendo, então resolvemos ficar no hotel mesmo... Descansando e recarregando as energias para o próximo dia que seria bem agitado!

Sítio Arqueológico de Sacsayhuaman!!

Saqsayhuaman é uma fortaleza Inca que foi construída inicialmente co propósitos militares, para se defender de possíveis invasores. Esta palavra em Q'echua (línguia dos Incas) significa "falcão satisfeito". A construção em si é peculiar, já que algumas das pedras que ali se encontram são gigantes e fazem que se pergunte como foi possível transportá-las. As pedras foram encaixadas com uma precisão quase inimaginável. É inexplicável decifrar como os incas conseguiram cortar as pedras com tal precisão que nem mesmo uma lâmina se uma faca se pode colocar entre elas.

No lado oposto da fortaleza tem um morro de pedras onde se encontra uma espécie de tobogã onde se pode escorregar.

Saqsayhuaman ou "sexywoman" (como os americanos a chamam por não conseguir pronunciar corretamente), também é conhecida como a Terra do Arco Íris. Logo acima desta pedra grande tem um arco íris mas não sei se é possível vê-lo com nitidez.
Esta é a maior pedra que tem na fortaleza. Ela equivale a 17 homens e pesa toneladas!! Mais uma vez a gente fica se perguntand: COMO?? É uma pergunta bem frequente para quem visita o Perú!! Sem máquinas, sem roda, sem animais de tração... Sim porque eles ainda não conheciam a roda e na América do Sul não tem animais de tração; eles foram trazidos posteriormente pelos colonizadores. Então... COMO???
O puma é um animal sagrado para eles, mais pra frente vou explicar porque. Mas aqui vocês podem ver a representação de uma pata de puma nas paredes da fortaleza. Faz todo o sentido porque para eles o puma representa a força. Essa pata é gigantesca e cada pedra é MUITO pesada!!! COMO???
Dentro da fortaleza é tudo muit parecido com um vilarejo. Tem portar e quartos com janelas. Lembra um pouco um grande castelo.
Além de propósitos militares, Saqsayhuaman também era utilizado para cerimônias de adoração ao sol. Aquele monte de pedra era usado como uma espécie de arquibancada e no campo no meio era usada para realizar cerimônias com danças típicas e sacrifícios.
Ao se despedir da visita, encontramos algumas mulheres locais com trajes típicos. Claro que para tirar foto você tem que dar um novo sol para elas...
Estávamos tão ocupados olhando o Forte que quando demos as costas nos deparamos com algo surpreendente!! Essa paisage simplesmente incrível!!

Cusco: Qorikancha e a magia das Incas!

No dia 07 de Fevereiro, depois de três horas de atraso, saímos de Lima para Cusco em um vôo simplesmente apavorante!! Primeiro porque no guichê da Star Perú onde fomos buscar as nossas passagens tinha um cara atendendo que parecia ter saído de um filme de comédia latino. Ele não fazia idéia de como mexer no computador, catava milho para digitar e fazia as contas três vezes, uma no papel, uma na calculadora e uma no computador. Resultado: Mesmo chegando com uma hora e dez de antecedência, os funcionários da Star Perú tiveram que nos conduzir correndo para a plataforma de embarque. Bom, uma vez dentro do avião, o João me ofereceu uma barra de ceral, eu comi e coloquei o papel no bolsão de frente à minha poltrona. Meia hora depois eles pedem para sairmos do avião por defeitos mecânicos. Nos disseram que iam trocar a aeronave. Três horas depois, estávamos sentados novamente em um avião da Star Perú. Quando eu abro o bolsão da frente o que eu encontro?? Sim!! A embalagem da barra de cereal!! Quase morremos de apreensão!! Sem contar que as asas do avião ficam acima das janelas, e não abaixo como de costume. Além disso, por mais que a paisagem seja exuberante, você passa por cima de uns abismos aterradores!! E pra acabar, o avião me freia em pleno ar!! Achei que ia morrer!! Mas chegamos em Cusco sãos e salvos...
Ao desembarcarmos eu me senti uma pessoa bem importante. Eu troquei alguns e-mails com o Hotel que tínhamos reservado antes da nossa ida.Quando saímos na porta do Aeroporto, tinha dois taxistas nos esperando a serviço do Hotel para nos levar até lá. Um deles estava segurando uma plaquinha com meu nome!! Chiquérrimo!!!
 Como chegamos bem depois do horário previsto, ao chegar no hotel tivemos que deixar a bagagem e literalmente correr para pegar um tour pelos principais pontos turísticos. No caso de Cusco, vale muito a pena você comprar um pacote turístico destes porque tudo fica muito longe e não dá para ir à pé ou ficar pegando táxi. As empresas já tem ônibus próprio e o preço é bem razoável. Encontramos o grupo em Qorikancha, ou, Igreja de Santo Domingo.
Enquanto esperávamos o grupo chegar, fomos quase atacados por vendedores ambulantes vendendo todo tipo de coisa. Eu e o Vi compramos uma coleção de moedas de soles antigos para aumentar a nossa e não estávamos pensando em comprar mais nada.... Acontece que de repente aparece essa menina linda chamada Suzana e nos oferece uma boneca. Num primeiro momento, agradeci e recusei. Aí ela vira bem pra minha cara e pergunta: Você é brasileira né, moça? E me deu simplesmente uma aula sobre o Brasil! Descreveu perfeitamente a nossa bandeira, inclusive a frase ao centro e as 27 estrelas que representam os Estados brasileiros; falou muitas coisas sobre o Rio de Janeiro, sabia que a atual presidente é a Dilma Rousseff, que a capital é Brasília e fechou com a frase: "e o presidente anterior era o querido Lula, que tem 9 dedos"... Aí não dava, né? Tive que comprar a boneca que segundo ela se chama Virgínia!! hahahahaha
Assim que o grupo da nossa empresa de turismo chegou, compramos a entrada (5,00S) e fizemos um tour guiado pelo local. Nesse tipo de lugar você tem que ter um guia para aproveitar melhor toda a história que ele representa. Qorikancha recebe também o nome de Igreja de Santo Domingo porque ela é realmente esses dois lugares ao mesmo tempo. Acontece que quando os espanhóis invadiram e dizimaram a civilização Inca eles começaram a construir igrejas católicas em cima dos templos Incas de outrora. Assim, a Igreja de Santo Domingo de Cusco foi edificada bem em cima do templo de Qorikancha, o templo de adoração ao Sol e um dos templos mais importantes da cultura Inca. A cultura deles foi literalmente esmagada, encoberta! Assim, você podem ver nesta sequência de fotos a parte colonial da construção. A parte católica.
A construção Inca que ainda está preservada é impressionante. É difícil imaginar como eles arquitetavam tudo com perfeição naquela época com recursos tão escassos! A geometria parece perfeita e friamente calculada (licensa ao Chapolim).
Quando você olha o encaixe das pedras quase não acredita que pode ser tão exato! Tão perfeito e sem nenhum tipo de rejunte... O mais impressionante é que não é como o barro que pode ser facilmente moldado, são pedras duras e rígidas que precisam de muito esforço para tomarem outra forma. Realmente impressionante!
De acordo com o guia, a única forma que eles tinham de manter as pedras unidas e resistirem durante um terremoto, por exemplo, era através dessas fendas que eles faziam entre uma pedra e outra e enchiam de cobre derretido. Quando ele voltasse ao normal, colava as duas pedras com resistência.
Aqui vocês podem ver uma pedra esculpida especialmente para cerimônias religiosas. Especificamente para sacrifícios que era um costume comum do povo Inca. Na verdade, eu tenho falado tanto em Incas mas essa é uma definição equivocada!! Apenas o rei deste povo era chamado de Inca. A denominação correta para esta civilização é TAWANTINSUIU.
Na arquitetura dos Tawantinsuiu você observa que tudo é feito em trios. Essas janelas fechadas serviam como prateleiras para guardar alimentos, colocar alguma decoração ou até mesmo imagens a serem adoradas.
Depois que a construção virou um convento, eles mantém esse belo jardim que é um carinho aos olhos. Como de costume, tudo é muito bem cuidado. Foi um passeio bastante rico que vale a pena ser feito. Você entra em um estado de reflexão que pouca coisa é capaz de provocar. Minha admiração e curiosidade intrigada pelos Tawantinsuiu cresce a cada dia mais...

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